Juros abusivos em contratos bancários: como identificar e contestar
- Rafael Borges Gonzalez
- há 3 dias
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Atualizado: há 2 dias
Muitas empresas desconhecem que podem estar pagando juros abusivos em contratos bancários, prática que infelizmente ainda é comum e pode comprometer seriamente a saúde financeira do negócio.
Com contratos complexos e cláusulas técnicas, é fácil que cobranças indevidas passem despercebidas — por isso, o acompanhamento jurídico especializado é essencial para garantir que sua empresa pague apenas o que é justo.

O que são juros abusivos?
Os juros abusivos são taxas de remuneração aplicadas acima dos limites legais ou que violam os princípios do Código de Defesa do Consumidor (CDC) e da boa-fé contratual.No contexto empresarial, isso pode ocorrer em empréstimos, financiamentos, linhas de crédito e até em contratos de conta corrente.
Onde esses abusos aparecem com mais frequência?
Algumas práticas comuns em contratos bancários incluem:
Anatocismo (juros sobre juros) – ocorre quando há capitalização de juros sem previsão expressa e transparente no contrato.
Cobrança de taxas e encargos ocultos – como tarifas administrativas, seguros obrigatórios e outras despesas não pactuadas de forma individualizada.
Taxas acima da média de mercado – valores significativamente superiores aos índices divulgados pelo Banco Central podem caracterizar abuso.
Cláusulas de vencimento antecipado – permitem que o banco exija o pagamento total da dívida por um pequeno atraso, aplicando juros e multas excessivos.
Como identificar cobranças abusivas?
Alguns passos são fundamentais para verificar se há irregularidades:
Solicitar ao banco a planilha de evolução da dívida;
Conferir a taxa contratada versus a efetivamente aplicada;
Verificar se há capitalização mensal de juros;
Analisar o Custo Efetivo Total (CET);
Comparar as taxas com as médias divulgadas pelo Banco Central.
Esse trabalho técnico deve ser realizado com o apoio de advogados especializados e, se necessário, de peritos contábeis.
Quais são os caminhos para contestar judicialmente?
Ao constatar abusos, é possível buscar soluções por duas vias:
Negociação extrajudicial com o banco – apresentação de relatório técnico com as irregularidades e tentativa de readequação dos valores de forma amigável.
Ação revisional de contrato bancário – medida judicial para revisar cláusulas abusivas, suspender cobranças ilegais e pleitear a devolução dos valores pagos indevidamente (repetição do indébito).
É importante ressaltar que a ação revisional não visa à inadimplência, mas sim ao pagamento justo e proporcional da dívida.
A importância da assessoria jurídica
Contar com um advogado especializado em contratos bancários faz toda a diferença. O profissional pode:
Realizar uma revisão jurídica completa dos contratos da empresa;
Identificar irregularidades e cláusulas abusivas;
Negociar diretamente com as instituições financeiras;
Representar a empresa em ações judiciais;
Recuperar valores pagos indevidamente.
Documentos necessários para a análise
Contrato bancário original;
Extratos e comprovantes de pagamento;
Planilha de evolução da dívida;
Notificações e renegociações anteriores.
Com esses documentos, o advogado já pode iniciar uma análise jurídica detalhada e traçar a melhor estratégia de defesa.
Conclusão
Pagar o que é devido é uma obrigação — mas pagar o que é ilegal não pode ser regra.A revisão de contratos bancários é uma medida legítima e eficaz para proteger o caixa da empresa, recuperar valores indevidos e garantir sustentabilidade financeira.
📎 Fonte: Migalhas – “Juros abusivos em contratos bancários: como identificar e contestá-los”. Disponível em: https://www.migalhas.com.br/depeso/427454/juros-abusivos-em-contratos-bancarios-como-identificar-e-contesta-los
O Dr. Rafael - Borges Gonzalez Advocacia atua na defesa de empresas e pessoas em contratos bancários, oferecendo análise jurídica preventiva, negociação extrajudicial e ações revisionais para combater cláusulas abusivas e recuperar valores pagos indevidamente.
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